O diretório gaúcho do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu, na segunda-feira (24), apoiar Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno das eleições 2022. Após a aprovação de uma resolução partidária em 10 de outubro, “o PT recomenda ‘voto crítico’ no candidato em oposição” a Onyx Lorenzoni (PL).
O PT promete manter a oposição crítica ao plano de governo em uma eventual segunda passagem de Leite no Piratini, mas enxerga, em caso de vitória de Onyx, ameaças à democracia.
“Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista”, diz a nota assinada por cinco signatários: o presidente do partido no RS Paulo Pimenta, o deputado estadual e candidato ao Piratini no 1º turno Edegar Pretto, o senador Paulo Paim e os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra.
Há duas semanas, PT e PSOL deixaram o caminho aberto para a decisão após, sem declarar apoio formal a Leite, defender a tese de “nenhum voto” a Onyx. O mesmo gesto foi repetido na semana passada, com a visita de Lula e Alckmin a Porto Alegre.
Edegar, inclusive, destaca os acontecimentos dos últimos dias envolvendo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como Roberto Jefferson e Bibo Nunes, para pedir que Leite seja recíproco no gesto.
“Trabalho com o gesto de estender a mão. Estamos estendendo a mão, porque o rumo que a campanha do Onyx e do Bolsonaro tomou nos últimos dias não pode deixar ninguém do campo democrático inerte. Precisamos nos posicionar. Não queremos que esse grau de ódio que se estabeleceu nos últimos dias prossiga no nosso Brasil. Queremos um Brasil de paz, e esse é o compromisso do presidente Lula. Tenho minhas divergências com o Eduardo Leite, mas tem algo que é maior neste momento, que é a união para defender o Brasil e o Rio Grande”, defende Edegar.
O PT gaúcho apressa-se em distinguir-se, na nota, do programa de Leite para o Piratini. Contudo, ressalta que espera “com este gesto que todos aqueles comprometidos com a democracia se unam para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo neste segundo turno”.