O valor necessário para manter um preso no Brasil pode ultrapassar R$ 4 mil mensais, dependendo do Estado. Segundo dados recentes da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça, o custo mensal por detento nos presídios estaduais em 2024 variou entre R$ 1,1 mil e R$ 4,3 mil. No topo da lista está a Bahia, com a maior média mensal, seguida por Amazonas e Tocantins. Já o Espírito Santo teve o menor gasto.
Esses valores incluem desde os salários de servidores até despesas com alimentação, higiene, energia elétrica, segurança e manutenção das unidades. Os salários dos profissionais do sistema prisional são os maiores responsáveis pelo alto custo, representando cerca de R$ 14,2 bilhões dos R$ 20,7 bilhões investidos no setor em 2024. Os demais R$ 6,5 bilhões cobriram custos operacionais diversos.
A média nacional ficou em R$ 2.331,49 por mês por preso, somando mais de R$ 28 mil por ano. O valor tende a oscilar conforme o mês: o menor gasto foi em janeiro, enquanto dezembro concentrou o maior, devido a pagamentos sazonais como o 13º salário. É a segunda vez em cinco anos que o Brasil ultrapassa a média mensal de R$ 2,3 mil por preso, repetindo o cenário de 2022.
A situação é agravada pelo crescimento contínuo da população carcerária. Entre 2000 e 2023, o número de presos subiu mais de 266%, ultrapassando 850 mil pessoas. A maioria está no sistema penitenciário federal e estadual, onde o aumento foi ainda mais expressivo: 383,5% no período. Mesmo com a criação de novas vagas, o déficit supera 214 mil, o que mantém o sistema sob constante pressão.
Informações O Sul.
