Um inimigo quase invisível ameaça colapsar o sistema de saúde de Dom Pedro de Alcântara, pequeno município de 2,5 mil habitantes no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A praga está sendo chamada de mosquito-pólvora, por ser tão pequena e de coloração preta.
“Todo ano parece que está aumentando e ele está se alastrando mais”, diz a secretária da Saúde, Janaína Schwank.
Os moradores do município dizem que não conseguem mais abrir a casa ou sair na rua sem encontrar os mosquitos.
“Nós não estamos mais aguentando. A população está em estado de calamidade, porque a gente não pode mais abrir uma casa, a gente não pode mais sair na rua”, diz o produtor rural Robis Behenck.
1. O que é o mosquito-pólvora
O mosquito-pólvora, também conhecido como maruim, é uma espécie de inseto culicóide, transmissor de viroses.
O inseto se reproduz principalmente nas plantações de banana, que existem em todos os municípios infestados no RS. A larva do inseto gosta de ambientes úmidos, como as folhas das bananeiras que ficam pelo chão, e também do tronco das plantas.
Larvas de mosquito nas folhas de bananeira em Dom Pedro de Alcântara — Foto: Reprodução/RBS TV
2. Que doença ele provoca
Quem é picado pelo mosquito-pólvora fica com manchas vermelhas na pele. Além da alergia, uma das preocupações é com a febre oropouche. Ainda não há casos da doença no RS.
“Quando ele morde, cria tipo uma bolinha, tipo de catapora, que antigamente eles falavam. Quando a gente olha, tá toda vermelha a perna, toda cheia de mancha”, conta Robis.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
O diagnóstico clínico, epidemiológico e laboratorial deve ser notificado de forma imediata, em razão do risco de epidemia e da alta capacidade de mutação do vírus que provoca a doença.
O Ministério da Saúde afirma que não existe tratamento específico contra a doença.
Mosquito-pólvora do pé de homem no RS — Foto: Reprodução/RBS TV