Dos sete envolvidos na tortura de suspeitos de furtar pacotes de picanha de um supermercado em Canoas, no Rio Grande do Sul, três são policiais militares. De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos são dois militares da ativa e um aposentado. Com isso, todas as pessoas foram identificadas e são investigadas pela polícia.
A identificação aconteceu depois que dois dos policiais se apresentaram na delegacia, acompanhados do advogado. Eles atuavam como seguranças para a empresa que prestava serviço ao estabelecimento.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Robertho Peternelli, eles permaneceram em silêncio na delegacia. Apesar disso, a polícia já teria elementos pra indiciar os agentes e os outros quatro envolvidos por tortura. O terceiro PM deve se apresentar nos próximos dias.
O envolvimento de policiais era investigado desde o início do caso. Segundo as investigações, uma das vítimas contou em depoimento que durante as agressões os homens teriam tido acesso a sua ficha policial. Na segunda-feira (5), após a divulgação das imagens da tortura, a Corregedoria da Brigada Militar abriu uma investigação para apurar o envolvimento de PMs.
O advogado dos policiais, Willian Nunes Alves, confirmou que os agentes são vistos nas imagens, mas não deu detalhes e afirmou que eles vão se manifestar apenas na Justiça.
“A defesa teve acesso as imagens pela mídia, então não tivemos acesso integral as imagens. Nesse contexto, eles permanecem em silêncio e posteriormente sim na justiça será efetivada as defesas”.
O delegado confirmou ao g1 que dois PMs são lotados em Porto Alegre. Um deles é o homem de moletom rosa e boné que aparece na foto abaixo e o outro é o de camiseta cinza e calça jeans. O policial militar aposentado é o homem que aprece de óculos e roupa azul, na última posição da direita pra esquerda.
Homens posam para foto depois de torturarem duas pessoas em supermercado em Canoas, no RS. — Foto: Reprodução/RBS TV
Os envolvidos no caso são: cinco seguranças da empresa de vigilância patrimonial Glock — entre eles, três policiais militares que trabalhavam como seguranças do local — e dois funcionários do supermercado, o gerente Adriano Dias e o subgerente Jairo da Veiga.
A Corregedoria da Brigada Militar informou que já tinha um inquérito aberto para investigar a atuação de PMs no caso e que, com a identificação, eles serão incluídos na investigação em andamento.
Fonte: G1