A coqueluche tem crescido no Brasil e no mundo. Em contato com a reportagem do Correio do Povo, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES) confirmou 14 casos da doença no território gaúcho este ano. O número, conforme a pasta, não configura aumento expressivo nas notificações da complicação no RS, mas o órgão diz estar em alerta por conta da subida em outros estados.
A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria (Bordetella Pertussis). Está presente em todo o mundo. As crises de tosse seca são sua principal característica e ela pode atingir, também, traqueia e brônquios. Além disso, crianças menores de seis meses e idosos são os públicos mais vulneráveis. Se não tratada, a doença pode ser fatal.
Pelo menos 17 países da União Europeia registram aumento de casos de coqueluche – entre janeiro e dezembro do ano passado, foram notificadas 25.130 ocorrências no continente. Já entre janeiro e março deste ano, 32.037 casos foram registrados na região em diversos grupos etários, com maior incidência entre menores de 1 ano, seguidos pelos grupos de 5 a 9 anos e de 1 a 4 anos.
No Brasil, os dados publicados pelo Ministério da Saúde só vão até 6 de junho deste ano. Conforme as estatísticas, 115 casos foram confirmados em território nacional. Em todo o ano de 2023, o número chegou a 217.
De acordo com a SES, que tem dados até 06 de julho, 14 casos da doença foram confirmados no RS. Até o mesmo período de 2023, tinham sido 11 e em todo o ano passado, o número chegou a 22.
De acordo com a pasta, São Paulo e Paraná apresentaram as maiores incidências. O primeiro estado confirmou mais de 100 casos, a maioria sendo de pessoas na faixa de 10 a 14 anos.
Para o infectologista do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), André Luiz Machado, a tendência é que a coqueluche não tenha nenhuma “explosão de casos” no RS. “É uma doença que tem os seus períodos de incidência aumentada, principalmente no inverno, levando em consideração a dificuldade de deixar os ambientes arejados. Nós temos, no entanto, um tratamento fácil e tolerado, e a prevenção baseada em vacinas com uso de longa data”, analisa o especialista
Outros sintomas da coqueluche incluem: mal-estar geral, corrimento nasal e febre baixa. “A crise da tosse, ela é tão frequente que ao final o indivíduo tem um inchaço na parte respiratória inferior e puxa a respiração, fazendo uma uma espécie de guincho. Isso é bem característico da doença, mas não significa que todos os indivíduos com coqueluche terão essa manifestação clínica”, destaca o médico.