Um áudio que está circulando nas redes sociais mostra uma discussão entre o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, e pessoas afetadas pela enchente que atingiu o município no início de setembro. Na gravação, registrada na segunda-feira (25), Caumo exige que as últimas quatro famílias que permaneciam abrigadas no Parque do Imigrante deixem o local.
“Hoje é o limite. Nós vamos fechar esse pavilhão, não vai ter alimentação, é o limite para sair daqui. É hoje o dia, não tem mais nenhuma flexão”, disse o prefeito.
Em nota, a prefeitura afirmou que “quando a situação começou a se mostrar segura após a cheia, as famílias foram orientadas a iniciar o retorno para as suas casas ou a buscar aluguel social”. A administração municipal acrescentou que o local era “uma solução emergencial e provisória” e que havia alternativas para a população. (Leia a íntegra do documento abaixo)
Os desabrigados se recusavam a deixar o local sem os móveis. Eles temiam ter pertences e móveis roubados. “Eu só sei que eu só vou sair daqui se eu levar todas as minhas coisas”, disse um dos homens.
“Tu pega nossas coisas e leva lá pra tua casa?”, indignou-se uma das mulheres que estava alojada.
Conforme a prefeitura, as quatro famílias deixaram o Parque do Imigrante no fim da tarde de segunda e foram realocadas em segurança. Duas teriam ido para imóveis alugados e as outras passaram a noite em um abrigo e no dia seguinte foram para o imóvel do aluguel social.
Lajeado foi uma das cidades mais atingidas pela passagem de um ciclone extratropical. Foram confirmadas três mortos no município e dois moradores permanecem desaparecidos.
Nota da prefeitura de Lajeado
O prefeito municipal, Marcelo Caumo, esteve no Parque do Imigrante na manhã de segunda-feira, 25/09, para conversar com as últimas 4 famílias que permaneciam abrigadas no Parque (de um total de 990 pessoas de 350 famílias que passaram pelos cinco abrigos do município durante a cheia). Quando a situação começou a se mostrar segura após a cheia, as famílias foram orientadas a iniciar o retorno para as suas casas ou a buscar aluguel social, se fosse o caso.
O município estava encerrando o abrigo, que é uma solução emergencial e provisória, em razão de haver alternativas para as famílias: o aluguel social ou o abrigo Shalon, que já havia recebido famílias e poderia receber mais pessoas.
Diariamente, as famílias eram orientadas pelas assistentes sociais a buscarem uma solução para o seu caso na busca de um novo lar, o que aconteceu com a maioria absoluta das pessoas. Na segunda-feira, alguns integrantes de duas famílias estavam se recusando a deixar o abrigo e gravaram a conversa.
Ao final da tarde, as 4 famílias deixaram do abrigo com o aluguel social encaminhado: duas foram diretamente para os imóveis alugados e as outras duas pernoitaram no abrigo Shalon e foram para o imóvel do aluguel social nesta terça-feria. Ou seja, todas as famílias receberam apoio e ninguém ficou sem um local seguro para passar a noite.
Quanto ao aluguel social, o município já concedeu 85 aluguéis e outros pedidos seguem em avaliação. O imóvel deve ser buscado pelo interessado, e o município pagará o valor. O município está à disposição para apoiar na conversa com as imobiliárias quando houver dúvidas.
Fonte: G1