A PF (Polícia Federal) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e mais 14 pessoas por fraude no cartão vacinal contra a Covid-19.
Eles foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público na investigação que apura um grupo que teria feito registros falsos de doses de imunizantes contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para diversas pessoas.
Conforme a PF, o tenente-coronel teria iniciado o esquema para forjar um certificado físico de vacinação contra a Covid-19 para a sua esposa. Entretanto, a investigação destacou que a estrutura criminosa se consolidou com o passar do tempo, passando a ter a “adesão de outras pessoas, atuando de forma estável e permanente para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então presidente da República Jair Messias Bolsonaro, sua filha e outras pessoas”.
A PF identificou que dados falsos foram inseridos poucos dias antes de Bolsonaro viajar aos Estados Unidos, em dezembro de 2022 – último mês do seu mandato como presidente. Naquele momento, os EUA exigiam comprovante de vacinação contra a Covid-19 para admitir a entrada de estrangeiros no país.
Agora, o caso segue para o Ministério Público Federal, que decidirá se apresentará a denúncia à Justiça ou arquivará.
Advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten criticou, na manhã desta terça-feira (19), a divulgação do indiciamento do seu cliente. “Vazamentos continuam aos montes, ou melhor, aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que, logicamente, deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, afirmou nas redes sociais.