Um padre foi condenado a quase 16 anos de prisão pelo sequestro e estupro de uma menina em Rio Grande, no Sul do RS. Segundo a denúncia, os crimes foram cometidos em maio de 2018, quando a criança tinha 11 anos.
O padre Celso Giacobbo, de 63 anos, responde ao processo em liberdade e pode recorrer da decisão. O advogado José Alberto Coutinho Júnior, que representa o réu, afirma que “a decisão foi contrária à prova dos autos, e a defesa técnica irá recorrer da sentença”.
A denúncia sustenta que o religioso forçou a criança a entrar em um carro. Conforme a acusação, o estupro ocorreu dentro do automóvel. O réu havia participado da catequese e celebrado a primeira comunhão da garota. Veja mais detalhes abaixo.
A pena de 15 anos, 10 meses e 16 dias de prisão foi definida pelo juiz João Gilberto Engelmann, da 1ª Vara Criminal de Rio Grande, na segunda-feira (3).
O g1 entrou em contato com a Diocese do Rio Grande, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem. Na época do caso, o então bispo de Rio Grande, Dom Ricardo Hoepers, manifestou “profunda tristeza e lástima por qualquer ato ou tentativa de violência, intimidação ou abuso sexual”.
O padre Celso Giacobbo foi ordenado em janeiro de 1992 e, segundo a Polícia Civil, retornou ao Brasil depois de 25 anos morando no exterior. O religioso já havia sido preso em flagrante por tentativa de estupro contra uma adolescente. Relembre o caso abaixo.
Sequestro e estupro
O Ministério Público (MP) afirmou, na denúncia, que a criança foi abordada na frente de casa pelo religioso, que participou da cataquese e celebrou a primeira comunhão da garota. A menina tinha ido buscar uma bola que escapou do pátio, onde brincava com o cachorro.
O padre teria convidado a criança a entrar no carro dele. Como a menina recusou, ele teria forçado o ingresso dela no veículo e a ameaçado de morte. A acusação disse que o religioso passou as mãos na perna e nos seios da menina.
“Conforme indicam as provas pericial e testemunhal, o réu arrebatou a vítima em via pública, forçando-a fisicamente a adentrar em seu veículo, onde foi mantida por tempo razoável e onde foram praticados com ela atos libidinosos”, disse o juiz João Gilberto Engelmann.
O MP sustentou que o padre levou a criança em uma loja, tratando a garota como sua filha. Em um momento de descuido do homem, a criança conseguiu fugir e pedir ajuda a uma amiga da mãe, que morava próximo ao local.
Os pais da criança estavam dentro de casa vendo televisão e só notaram a ausência da filha mais tarde.
A menina reconheceu o padre por foto durante a investigação da polícia. O juiz considerou que a culpa do réu “é elevadíssima, considerando que o réu é padre, do qual se espera maior atenção e cuidado destinado às crianças”.
De acordo com a sentença, a criança passou a sofrer dificuldades de convívio social após o crime, necessitando de atenção psicológica e psiquiátrica.