A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou nesta terça-feira (25) uma resolução que proíbe a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde em geral e estéticos.
Segundo a Anvisa, a medida cautelar tem o objetivo de “zelar pela saúde e integridade física da população brasileira, uma vez que, até a presente data, não foram apresentados à agência estudos que comprovem a eficácia e segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos”.
Em nota, a agência reguladora informou que a determinação ficará vigente durante as investigações sobre os potenciais danos associados ao fenol. A determinação ocorreu depois que o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) entrou com uma ação na Justiça Federal para pedir a proibição da venda de substâncias químicas à base de fenol para quem não for médico.
O Cremesp procurou a Justiça após a repercussão da morte do empresário Henrique Silva Chagas, de 27 anos, que passou por peeling de fenol em uma clínica em São Paulo. Após a aplicação da substância, Henrique começou a se sentir mal. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas o homem não resistiu.
O procedimento consiste na aplicação de uma solução cáustica que provoca a queimadura e descamação da pele. Apesar de ser uma técnica antiga utilizada para suavizar rugas e manchas, pode trazer diversos riscos à saúde.
Segundo especialistas, a técnica pode levar ao escurecimento permanente da pele e gerar cicatrizes que comprometem o funcionamento de partes do rosto. A substância também pode afetar o sistema cardíaco, já que é considerada cardiotóxica (tem um efeito nocivo no funcionamento do coração).
O fenol pode provocar alterações na frequência cardíaca, levando à arritmia e até a uma eventual parada cardíaca, caso o quadro não seja monitorado.