Uma mulher passa a ser investigada por duas mortes registradas em 2018 e 2021, em Venâncio Aires. Num primeiro momento, os fatos eram tratados como suicídios. Entre os policiais, o caso é conhecido como “Inquérito da Viúva Negra”.
A Polícia Civil encaminhou o inquérito nesta sexta-feira (30) ao poder judiciário. A mulher de 62 anos de idade pode ser autora de duas mortes, com formas semelhantes de agir: o uso de uma superdosagem de medicamento.
Um dos casos aconteceu em abril de 2021 quando uma moradora do interior de Mato Leitão, de 51 anos de idade, foi a Venâncio Aires e desapareceu. Seu corpo foi encontrado três dias depois, nas águas do Arroio Castelhano.
A vítima teria ido visitar a suspeita, que era sua amiga. Na mesma noite a suspeita saiu com sua caminhonete que parecia carregar algo no compartimento de carga. Após ser encontrada, o exame de necropsia apontou que a vítima havia ingerido uma dose do medicamento Diazepam. Ela nunca havia feito uso de tal remédio. Para a polícia, a suspeita, que se dizia enfermeira, ministrou uma super dose para a mulher, que se queixava de dores.
A moradora de Mato Leitão teria se dirigido a Venâncio para tratar sobre uma área de terras, que a investigada teria comprado do marido da vítima, já falecido. A venâncio-airense tentava provar o repasse de R$ 8 mil com o uso de um documento falso. A disputa teria motivado o crime.
Diante disso, a policia voltou a apurar a morte do companheiro da Viúva Negra, que ocorreu de forma misteriosa em agosto de 2018, no interior de Mato Leitão. Na ocasião, o caso foi tratado como suicídio por ingestão de veneno. Contudo, além do uso de veneno, o laudo aponta a presença de Diazepam. Antes da morte, a suspeita fez com que o companheiro lhe passasse, por doação, uma área de terras que ele havia herdado.
A mulher ainda deve ser investigada por outras mortes.