As empresas aéreas devem apresentar, antes do fim deste mês, um plano ao governo federal para tentar conter o aumento nos preços das passagens. A informação foi divulgada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que se reuniu com representantes das companhias na noite de terça-feira (14), em Brasília.
O ministro criticou o que chamou de “aumentos abusivos” em alguns trechos. “Sabemos que o aumento das passagens é uma questão mundial. Na Europa, nos Estados Unidos, tivemos aumento nas passagens aéreas. O que nós não podemos aceitar e permitir são aumentos abusivos que têm prejudicado a população brasileira”, afirmou Costa Filho.
“O que a gente está fazendo é dialogando, buscando alternativas, tentando fazer um trabalho de convencimento com as companhias aéreas sobre a importância de baixar o preço das passagens. Em alguns casos, é verdade, a gente compra passagem a R$ 200, R$ 300, R$ 400, em alguns trechos. Mas tem outros que saíram de R$ 1,5 mil para R$ 3,5 mil, R$ 4 mil, que são injustificáveis”, argumentou Costa Filho. Ele ainda lembrou que o preço do querosene da aviação baixou cerca de 14% neste ano.
De acordo com a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), as passagens aéreas, que já tinham ficado 13,47% mais caras em setembro, subiram 23,7% em outubro, causando o maior impacto na inflação oficial do País no mês passado.
Apesar da cobrança, o ministro ponderou que o setor aéreo foi um dos que mais sofreu durante a pandemia de coronavírus por conta das medidas de isolamento social e que o mercado brasileiro representa mais de 70% da judicialização do segmento em todo o mundo, com impactos anuais de R$ 1 bilhão para as empresas de aviação.
Em nota, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) afirmou estar à disposição para debater com o governo federal formas de estimular a criação de políticas públicas que contribuam para que mais pessoas viajem de avião e novos destinos sejam atendidos.
“É importante destacar que as associadas Abear aderiram ao Programa Voa Brasil e estão em linha com o objetivo do governo de ampliar a oferta de passagens aéreas com preços competitivos. A Abear compartilha com o Ministério de Portos e Aeroportos informações sobre o cenário do setor aéreo e a necessidade de enfrentamento dos custos das companhias aéreas. A queda do preço do combustível de aviação, a diminuição da judicialização no setor, a redução de tributos e o estímulo à concorrência são essenciais para democratizar ainda mais o acesso ao transporte aéreo”, disse a entidade.