Na noite da segunda-feira (03), mais de 100 moradores do interior de Nova Roma do Sul se reuniram na igreja da Comunidade de Nova Treviso para rezar e buscar na fé uma saída para a seca.
A falta de chuva vem preocupando os moradores do município. Os parreirais e as plantações de milho estão entre as produções mais afetadas pela estiagem, registrando prejuízos aos agricultores.
Segundo a Emater/RS-Ascar, até 30 de dezembro foram contabilizadas 138,8 mil propriedades rurais atingidas pela estiagem em 6.340 localidades do Rio Grande do Sul e mais de 5 mil famílias sem acesso a água.
A estiagem fez com que 105 cidades decretassem situação de emergência. Além dessas cidades, há outras oito que não decretaram situação de emergência, mas que registram problemas pela seca. O total de 113 municípios afetados corresponde a 22,7% das 497 cidades do estado.
Contudo, a Defesa Civil alerta que apenas 17 cidades encaminharam as documentações completas para que o governo do estado homologue os decretos.
“Este passo é necessário para que o Governo Federal também reconheça a situação de emergência”, explica o coordenador da Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes.
Lavoura afetada pela estiagem no RS — Foto: Reprodução
A situação motivou a realização de uma reunião entre o órgão, a Emater, entidade de assistência e extensão rural, e secretarias do estado.
A titular da Secretaria da Agricultura, Silvana Covatti, anunciou aporte de R$ 201,4 milhões em irrigação e conservação de água, em projetos cujos processos de licitação devem começar após liberação do orçamento na metade de janeiro. Quatro máquinas de perfuração de poços estão sendo utilizadas em locais onde a situação é mais grave.
“Vamos fazer um esforço para tentar agilizar a tramitação disso o mais rápido possível e ajudar a preparar o Rio Grande do Sul para os períodos de falta de chuva”, diz.
Uma das ações já previstas pelo governo é que a Emater priorize a verificação dos comunicados de laudos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). A iniciativa do governo federal garante o pagamento de financiamentos rurais em caso de redução de receita por eventos climáticos, pragas ou doenças sem controle.
Além disso, a entidade deve auxiliar as prefeituras nos decretos de situação de emergência e apresentar um levantamento das perdas com a estiagem.
Plantação de milho seca em propriedade no interior do Rio Grande do Sul — Foto: Reprodução
Nesta terça-feira (4/1), às 20h na comunidade de Nova Treviso os fiéis se reúnem novamente para rezar pedindo a mesma coisa: a chuva.