O governador gaúcho Eduardo Leite alertou nessa segunda-feira (17) para o risco de inundações e deslizamentos no Estado diante das fortes chuvas previstas até esta quarta (19). Em vídeo publicado nas redes sociais, ele anunciou o reforço do efetivo das forças de segurança no Vale do Taquari, Vale do Caí, Serra Gaúcha e Litoral Norte para combater possíveis estragos derivados dos temporais.
“A chuva que a gente teve no domingo já fez elevar muito o rio (Taquari). Ele estabilizou, mas a partir desta noite de segunda-feira, nós temos uma previsão de um novo volume de chuvas. Então, nossas atenções estão sendo voltadas especialmente para o Vale do Taquari, Vale do Caí, Serra Gaúcha e Litoral Norte. Cada uma dessas regiões, de diferentes maneiras, devem ter resposta em função das chuvas”, disse o governador.
Quatro aeronaves, embarcações e agentes militares estão sendo mobilizados para atuar em operações de resgate. Na frota aérea, três veículos são do Rio Grande do Sul e um, do Estado de São Paulo. O governo gaúcho também buscará o apoio das Forças Armadas para colocar mais veículos a postos.
“Estamos deslocando guarnições e equipamentos para os vales do Caí e do Taquari, para a Serra e o Litoral Norte. Além disso, embarcações da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar estão mobilizadas. Também buscaremos o apoio da Forças Armadas, pedindo que coloquem suas aeronaves e embarcações nessas localidades. Nosso foco é garantir a segurança das pessoas e preservar vidas”, afirmou Leite.
Segundo as previsões da Sala de Situação da Defesa Civil estadual, nos vales do Caí e do Taquari, o risco é de novas enchentes, enquanto na Serra e no Litoral Norte, de deslizamentos. Tropas especializadas em áreas deslizadas e cães de busca também estão sendo destacadas.
“A Defesa Civil e as forças de resposta seguem atuando nesses locais, levando informação e interagindo com os municípios para sanar todas as dúvidas. Os prefeitos estão sendo continuamente informados sobre eventuais riscos para que possam manter a população em segurança”, disse o chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Luciano Boeira.
Ainda conforme a previsão, também deve chover na Região Metropolitana, mas sem a expectativa de que haja grandes problemas.
A Defesa Civil estadual emitiu, na noite de domingo (16), uma série de boletins com alertas sobre a elevação dos rios Taquari, Caí, Paranhana, Cadeia e rio dos Sinos, que está em elevação a partir de Taquara. A recomendação é que a população que mora em áreas com histórico de alagamentos ou inundações procure abrigo em local seguro.
Os avisos do órgão estadual também pedem atenção a eventos de chuva intensa com risco de alagamentos, ventos fortes e descargas elétricas para todos as regiões, com validade até a manhã desta segunda. Para quaisquer casos de emergência, canais prioritários para pedidos de informação e socorro são o 190 e 193.
“Caso seja surpreendido pelo tempo severo, busque abrigo, e não atravesse alagamentos a pé ou, mesmo, de carro. Procure informações junto à Defesa Civil da sua cidade, conheça os Planos de Contingência municipais para saber quais os riscos e como agir em caso de desastre no seu município”, aconselha, a nota de alerta.
O Rio Grande do Sul deve ser atingido por uma frente fria, o que aumenta as chances de chuvas fortes e diminui as temperaturas da região — com exceção do extremo norte do Estado, segundo a Climatempo.
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ressaltou preocupação com a possibilidade do nível do Guaíba ultrapassar as cotas de inundação e alerta, definidas como 3,60m e 3,15m, nos próximos dias. A elevação poderia ocorrer por conta da afluências dos rios próximos impactados pelas chuvas desta semana, além de oscilações causadas pelo efeito dos ventos.
“As previsões apontam para aumento dos níveis do Guaíba, podendo passar da cota de aperta nos próximos dias. A subida devido a elevada precipitação ocorrida no final de semana e vento sul nesta segunda. A previsão atual não indica cheia extrema como no mês de maio, mas é necessário atenção para as chuvas previstas para os próximos dias “, aponta Rodrigo Paiva, pesquisador do IPH.