Um reencontro emocionante marcou a vida de duas irmãs gêmeas separadas há quase sete décadas em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Maria Claudete e Maria Odete — hoje com 69 anos — nasceram juntas, mas foram separadas ainda bebês. Odete foi entregue para adoção, e desde então, as duas seguiram caminhos diferentes — até agora.
O reencontro aconteceu na última quinta (22) graças ao esforço de familiares e assistentes sociais da Associação de Auxílio aos Necessitados (ASAN), em Santa Cruz, onde Maria Odete, hoje aposentada, vive.
Tudo começou com o pedido de uma prima adotiva, que entrou em contato com a instituição na semana passada.
“A informação que a Maria Odete teria uma irmã gêmea chegou através de uma prima adotiva. A gente foi atrás, ligamos para o cartório de Sobradinho e aí nos informaram que realmente a Maria Odete, nossa residente, tem uma irmã gêmea”, contou a assistente social Cláudia da Costa.
Com a confirmação, a equipe da ASAN entrou em contato com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Sobradinho, onde vive Maria Claudete. A notícia surpreendeu a todos.
“Ela ficou feliz, ficou emocionada quando nós contamos para ela. Ficou bem feliz, até porque ela não esperava que a irmã estivesse viva”, disse a assistente social Mariana Silveira.
As mãe das gêmeas, na época do nascimento, acreditava que não teria condições de criar duas crianças e, por isso, doou Odete para uma família de Santa Cruz do Sul, a apenas 83 quilômetros de distância de Sobradinho.
Mesmo assim, o contato nunca aconteceu — apesar de ambas saberem da existência uma da outra.
“A gente sabia que ela existia, que a mãe sempre dizia que tinha uma irmã gêmea. Só que até ontem, pra nós, ela era falecida”, contou Salete Pereira, filha de Maria Claudete.
“Quando a assistente foi na casa da mãe, a gente levou um susto. Meu Deus, nós achava que ela tava morta. Mas foi uma surpresa muito boa”, finalizou.
Durante décadas, a única lembrança concreta era uma foto enviada por Odete aos 15 anos. Claudete guardou a imagem com carinho, sem saber se um dia veria a irmã novamente.
“Nós não sabia onde ela tava. Achei que tinha morrido”, disse Claudete, emocionada.
Agora, com o reencontro, as irmãs planejam recuperar o tempo perdido. São 69 anos de histórias, sonhos e saudades para colocar em dia.