O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou inelegível após decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disse que “está na UTI, mas não morreu ainda” e que “não é justo alguém querer dividir” o seu espólio, em referência à sua sucessão como representante da direita nas eleições de 2026.
Bolsonaro está impedido de disputar eleições até 2030. Ele foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao fazer duras críticas às urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores no ano passado, quando tentava a reeleição.
Ao ser questionado, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, na segunda-feira (3), sobre qual seria a sua “bala de prata” que declarou ter para a próxima eleição presidencial, Bolsonaro disse não ver hoje alguém com conhecimento suficiente do País para substituí-lo. Ele citou os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como lideranças da direita, mas sem considerá-los possíveis sucessores.
“Eu estou na UTI, não morri ainda. Não é justo alguém querer dividir o meu espólio”, afirmou o ex-presidente. Em seguida, Bolsonaro pediu “calma” aos potenciais sucessores. Segundo ele, as lideranças que se colocarem como presidenciáveis desde já se tornarão alvo de ataques e serão mais escrutinados pela sociedade.
“Eu não vou dar conselho para o Zema, mas quem queimar largada agora vai levar tiro de bazuca no lombo. Então, vai com calma. Tem tempo ainda. 2026 passa por 2024”, afirmou.
Quando perguntado o que faria de diferente se pudesse voltar no tempo até janeiro de 2019, primeiro ano do seu mandato, Bolsonaro respondeu que teria “baixado um pouquinho o tom de voz”. Antes, ele se definiu como alguém de perfil “explosivo” e “objetivo”.
O ex-presidente acrescentou que colocaria políticos nos ministérios palacianos — aqueles que despacham do Palácio do Planalto: Casa Civil, Secretaria de Governo, Secretaria-Geral da Presidência e Gabinete de Segurança Institucional. No seu governo, esses cargos estiveram ocupados predominantemente por militares.
Em seguida, Bolsonaro declarou que “não foi o seu pessoal que fez o quebra-quebra” em Brasília no dia 8 de janeiro.