O número de municípios gaúchos que decretaram situação de emergência em razão da estiagem chegou a 262, até a sexta-feira (14). Mais 23 entraram para a lista atualizada, no fim da tarde, pela Defesa Civil estadual. Com isso, mais de metade das 497 prefeituras – 52,7% – já formalizou pedidos de socorro às autoridades.
As documentações mais recentes vieram de Caçapava do Sul, Cristal do Sul, Espumoso, Fontoura Xavier, Ibiaçá, Ibiraiaras, Itaara, Pirapó, Progresso, Rondinha, Santiago, São Jerônimo, São Jorge e São Vicente do Sul.
Dos decretos emitidos até agora, 123 foram homologados pelo governo gaúcho. Desse total, 60 cidades tiveram o status de emergência reconhecido pela União, podendo agora solicitar recursos ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Os efeitos da falta de chuvas, que persiste desde novembro, já foram sentidos em pelo menos 207 mil propriedades rurais de 8 mil localidades, conforme a Emater-RS. Além de perdas em lavouras, pastagens, pomares, hortas e na produção de leite, 10,5 mil famílias dependem de auxílio para ter acesso a água potável. Os dados aparecem no primeiro Informe de Evento Adverso, divulgado nesta sexta. O boletim vai ser atualizado semanalmente.
Os números cresceram substancialmente desde o início do ano. Em 3 de janeiro, a Emater divulgou que o número de propriedades com relato de prejuízos era de 140 mil, com 6 mil delas apontando insuficiência de água.
O levantamento revela que 90,1 mil lavouras de soja sofrem algum tipo de dano por falta de água e admite que o plantio pode ficar em 95% do que era estimado inicialmente. As perdas estimadas vão de 3% a 26,5%, dependendo da regional.
No cultivo de milho, 77,1 mil plantações sofrem com a estiagem. Os prejuízos são maiores nas lavouras das regiões de Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade, onde podem chegar a 60% da produção estimada.