A partir deste domingo (1º), os brasileiros sentirão o impacto do aumento do preço do diesel, que ficará R$ 0,02 mais caro por litro nas refinarias. Esse aumento é resultado da reintrodução de impostos federais que estavam temporariamente suspensos. Segundo estimativas da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), essa medida provavelmente se refletirá em um aumento nos preços nas bombas.
O PIS/Cofins já havia retornado parcialmente em setembro, acrescentando R$ 0,11 ao preço do diesel. Além disso, a cobrança sobre o biodiesel, que compõe 12% da mistura vendida nos postos, também está sendo reintroduzida. A previsão é de que a reoneração completa ocorra em janeiro do próximo ano, adicionando mais R$ 0,21, totalizando R$ 0,34 por litro.
Essas mudanças estão ligadas à isenção de impostos federais sobre os combustíveis aprovada em 2022 durante o governo de Jair Bolsonaro, em resposta ao impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estendeu a desoneração até março para gasolina e etanol e até dezembro para o diesel.
Para compensar a perda de arrecadação após um aumento no programa de incentivos para carros zero-quilômetro em junho, o governo decidiu reverter parcialmente a desoneração sobre o diesel, originalmente planejada até o final de 2023.
Atualmente, o preço médio do litro do diesel nas bombas é de R$ 6,22, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Embora tenha se mantido estável na última semana após oito altas consecutivas, a prévia da inflação de setembro, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o combustível dos caminhões ficou 17,93% mais caro.
Embora o aumento direto do diesel na inflação seja limitado, pois representa uma pequena fração do orçamento familiar (cerca de 0,2%), seu impacto indireto é significativo. O diesel é utilizado na geração de energia, no transporte público urbano, na movimentação de máquinas agrícolas e no escoamento da produção agrícola. Além disso, é fundamental para o transporte de cargas no Brasil, sendo que 61,1% desse transporte é realizado por rodovias, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Portanto, um aumento nos preços nas refinarias pode eventualmente se refletir no custo dos produtos transportados por caminhoneiros.
Reflexo internacional
A alta nos preços do diesel também está sendo influenciada pela crescente do petróleo no mercado global. Os preços do petróleo Brent e do petróleo americano WTI atingiram níveis significativos, impulsionados por fatores como a redução dos estoques de óleo bruto nos Estados Unidos e a valorização do dólar.