Dois meses depois de deixar o Brasil e de ter sido incluída na lista vermelha da Interpol, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nessa terça (29). Sua prisão havia sido determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após ela ser condenada a uma pena de dez anos de reclusão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça.
Ao decretar a prisão, Moraes afirmou que houve uma “inequívoca” intenção “de se furtar à aplicação da lei penal”. “No caso de Carla Zambelli Salgado de Oliveira é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”, escreveu o ministro na decisão.
Agora, a prisão terá que ser analisada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que pode mantê-la ou derrubá-la.
“Com relação ao cumprimento da decisão acerca do mandato da deputada Carla Zambelli, eu darei o cumprimento regimental. Nós vamos notificar para que ela possa se defender e a palavra final será do plenário. É isso que vamos fazer, isso é cumprir a decisão”, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), em junho.
Zambelli foi condenada em maio, pela Primeira Turma do STF, por invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, pela suspeita de invasão ao sistema do CNJ. O hacker Walter Delgatti foi condenado a oito anos e três meses de prisão.
Os dois foram acusados de forjar documentos falsos e incluí-los no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão falso contra Moraes e uma falsa ordem de quebra de sigilo bancário do ministro.
Foto: Lula Marques
Fonte Agência Brasil
Post Views:
51