“Estou com dificuldades para relatar tudo o que eu vi”, conta Nacir Penz, da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), sobre os prejuízos provocados pelo ciclone extratropical que atingiu o estado entre a noite de quarta (12) e a madrugada da quinta-feira (13).
Os criadores relatam que a tempestade destruiu galpões de suínos e bois, machucou animais e provocou até mortes de porcos e vacas em municípios do noroeste gaúcho.
“Onde o ciclone passou, não deu chances, destruiu propriedades, vegetações, derrubou estruturas de pocilgas dos suínos, matou dezenas de animais. Estamos fazendo um levantamento dos prejuízos”, ressalta Penz.
Até o momento, a associação estima que cerca de 500 propriedades rurais foram atingidas, principalmente em Humaitá e Sede Nova, além de Nova Candelária, Tucunduva, Doutor Maurício Cardoso, Crissiumal, Horizontina, Campo Novo e Coronel Bicaco.
Nos municípios de Santa Rosa e Nova Candelária, os principais danos foram na estrutura física dos alojamentos, como queda de telhados, falta de energia elétrica e danos nos sistemas hidráulicos, informa o Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) em nota.
As rajadas de vento também atingiram os estados de Santa Catarina e Paraná. Em Guaratuba (PR), produtores relataram grandes prejuízos nos bananais e plantações de palmito. A pesca também foi afetada.
Animais realocados às pressas
Em relação aos alojamentos de suínos, os produtores precisaram remanejar os animais para outras unidades de forma emergencial.
“Em muitas fazendas, as salas de ordenhas foram destruídas. Isso é grave porque quando uma vaca não é ordenada, o peito dela incha, inflama e ela pode morrer”, diz Penz.
“Por isso a nossa urgência era de que esses animais fossem realocados para as fazendas da região que não foram atingidas”.
“Nossa sorte é que os produtores são muito solidários. Surgiu caminhão e pessoas de onde a gente não imaginava…técnico, cooperativa, e conseguimos transportar os animais para outras fazendas”, afirma Penz.
Cerca de 10 mil porcos devem ter sido afetados pelo ciclone, estima um levantamento da Alibem, que produz carne suína.
Alguns animais precisarão ser abatidos devido à falta de alojamentos causada pelo ciclone, aponta Angêlo Meneghetti, diretor administrativo da empresa.
A nota da DDA também informou que as equipes técnicas estão acompanhando as atividades e realizando as auditorias de mortalidades e sacrifício de suínos agonizantes.