O julgamento de Alexandra Salete Dougokenski, acusada de matar o filho, Rafael Mateus Winques, em maio de 2020, começou nesta segunda-feira. Após o sorteio definiu que o Conselho de Sentença, formado pelos sete jurados, conta quatro mulheres e três homens, a primeira testemunha a ser ouvida no Salão do Júri da Comarca de Planalto, no Norte do Estado, foi a professora Ana Maristela Stamm.
Ela pediu a juíza de Direito, Marilene Parizotto Campagna, que preside o júri, para que seu depoimento não fosse transmitido pelo Tribunal de Justiça do RS (TJRS). Ana Maristela lecionava ciências e artes a Rafael Winques. Em seu depoimento, que durou 32 minutos, disse que Rafael Winques era muito inteligente, disciplinado e querido, mas muito quieto. A professora lembra que, durante as buscas por Rafael, foi algumas vezes à casa de Alexandra.
E afirmou que a mãe do menino não parecia aflita com o desaparecimento do filho. “Se mostrava tranquila”, relatou. Em seguida, o delegado Ercílio Raulileu Carletti, que coordenou as investigações sobre o caso em Planalto, detalhou as diligências realizadas pela Polícia e afirmou que dezenas de pessoas foram ouvidas durante a apuração do caso. “Não recordo de um inquérito com tanta riqueza de diligências e perícias”, afirmou.
Carletti ressaltou, no entanto, que no interrogatório de Alexandra, em Porto Alegre, no Palácio da Polícia, em 27 junho de 2020, ela confessou o crime e deu outra versão. “Ela afirmou que deu medicamento e o menino ficou sonolento. Ela pegou uma corda na área de serviço e estrangulou o menino, que teria caído. E ele apresentava uma lesão característica na costela, condizente com essa versão, que é uma versão verossímil”, observou.
Segundo Carletti, Alexandra afirmou que praticou o crime por conta da desobediência do menino. “Ela disse que ele não fazia as tarefas de casa. E citou também abuso do uso do celular”, ressaltou. “Ela era um mãe dedicada e rígida”, completou. Após a confissão de Alexandra, o delegado afirmou que sua preocupação era tirar a mulher da cidade para evitar um linchamento, uma vez que a população já suspeitava que ela pudesse ter sido a autora do crime.
A mãe de Rafael, Alexandra Dougokenski, responde pela autoria do crime. Conforme denúncia do Ministério Público, Alexandra matou o filho Rafael por se sentir incomodada com as negativas dele em acatar suas ordens e diminuir o uso do celular e os jogos on-line. .