Um homem de 59 anos foi preso no sábado (3) em Santa Maria, no centro do Rio Grande do Sul, pela Brigada Militar. De acordo com a BM, Elton Luis Rossato Gabi, que era foragido, afirmou ter matado o jovem Gabriel Marques Cavalheiro, em São Gabriel. Na quinta-feira (1º), três policiais militares envolvidos na abordagem que terminou com a morte de Gabriel Marques Cavalheiro foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio doloso triplamente qualificado.
Após ser levado à delegacia de pronto atendimento pela BM, ele foi conduzido para o Presídio Estadual de Santa Maria.
Neste domingo (4), a corregedoria da BM informou que está a caminho de Santa Maria para ouvir a versão do homem. A Polícia Civil ainda vai tomar o depoimento do homem.
De acordo com a ocorrência policial feita na noite de sábado, a BM procurou o homem após receber uma informação do setor de inteligência de que ele teria comentado com outra pessoa ser responsável pelo crime. Ainda segundo o registro, os policiais militares prenderam Elton em frente a sua casa, no bairro Noal, em Santa Maria. A polícia não informou por qual crime ele estava foragido.
Elton então afirmou ter sido contratado para matar Gabriel por R$ 15 mil. Disse aos policiais que recebeu um aviso de que o jovem estaria na localidade de Lava Pé, em São Gabriel. Contou que foi ao local, matou Gabriel usando o cabo de um machado e usou seu carro para deixar o corpo no açude, onde o jovem foi encontrado.
Um dos delegados que trabalha na investigação da morte de Gabriel, Luis Eduardo Benites, disse que há forte indicativo de que a confissão seja falsa.
“Vamos apurar de forma técnica essa declaração. Mas dentro do contexto, não parece haver sentido. Ele disse que foi lá de carro, mas não existe nenhum indicativo disso”, afirmou.
O corregedor da Brigada Militar, Coronel Vladimir da Rosa, disse ainda ser cedo para comentar o caso. “A Brigada Militar está atenta a tudo e fazenda as investigações devidas, sempre”, comentou.
O inquérito policial sobre a morte de Gabriel foi entregue ao Ministério Público na quinta-feira (1) e indiciou por homicídio triplamente qualificado os três policiais presos por morte do jovem. Segundo o delegado Luis Eduardo Benites, se a confissão de Elton preso for falsa, ele pode responder pelo crime de falsa comunicação de crime e contravenção penal.
Maurício Custódio, advogado do sargento Arleu Junior Cardozo Jacobsen, disse que aguarda que as autoridades colham o depoimento de Elton e que o fato “no mínimo implode as versões que foram divulgadas pela Brigada Militar e pela Polícia Civil”. A defesa do policiais Raul Veras Pedroso e Cleber Renato Ramos de Lima ainda não respondeu aos contatos.
Em nota, a advogada da família de Gabriel, Rejane Igisk Lopes, mostrou apoio a investigação da Polícia Civil. “Em razão de supostos novos eventos terem sido associados ao caso de homicídio do menino Gabriel, declara seu apoio à Polícia Civil que, diligentemente, apurará tais informações para atestar sua veracidade”.