O ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue nos Estados Unidos desde o fim do ano passado, compartilhou um vídeo nesta terça-feira, 10, questionando o resultado da eleição presidencial de 2022, em sua primeira manifestação expressa em defesa da tese de fraude eleitoral após os atos golpistas do fim de semana, em Brasília. Ele apagou o conteúdo pouco mais de três horas depois.
O vídeo compartilhado por Bolsonaro mostra o trecho de uma entrevista do procurador Felipe Gimenez, do Estado de Mato Grosso do Sul, em que ele defende que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva foi fraudada e que o voto eletrônico não é confiável. O recorte, com a logomarca de uma rede social que permite a edição de vídeos, mostra a legenda “Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE”.
“Lula não foi eleito pelo povo brasileiro. Lula foi escolhido pelo serviço eleitoral, pelos ministros do STF e pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral”, diz Gimenez, acrescentando: “Porque se fosse uma escolha do povo, haveria poder do povo sobre essa escolha, poder do povo sobre o processo de apuração dos votos”.
A teoria conspiratória do vídeo compartilhado pelo ex-presidente é uma das narrativas usadas como fundamento pelos extremistas que invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal no fim de semana.
Acusado pelo presidente Lula e aliados de instigar os atos antidemocráticos em Brasília, Bolsonaro afirmou ainda no domingo que depredações e invasões de prédios públicos “fogem à regra” e repudiou as acusações feitas contra ele.
“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, escreveu em outra rede social.