O ex-presidente da República Jair Bolsonaro deixou no período da tarde deste domingo, 14, o hospital DF Star, em Brasília, onde realizou procedimentos médicos dermatológicos pela manhã. Ele deixou a unidade médica escoltado por policiais e não interagiu verbalmente com apoiadores no local, apenas deu sorrisos discretos.
É a primeira saída do ex-presidente de sua residência após a condenação por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro estava acompanhado por dois de seus filhos, os vereadores Carlos e Renan Bolsonaro, que atuam nas Câmaras do Rio de Janeiro e de Balneário Camboriú (SC), respectivamente. Nenhum dos três conversou com a imprensa.
A saída foi tumultuada por gritos de apoiadores. Eles chamaram o ex-presidente de “mito” e entoaram: “Volta presidente.” O deslocamento até o hospital foi autorizado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou neste domingo (14) o Hospital DF Star, em Brasília, após passar por procedimentos para a retirada de lesões cutâneas. Segundo boletim médico, foram removidas oito áreas da pele localizadas no tronco e no braço direito.
“O procedimento cirúrgico foi realizado sob anestesia local e sedação, sem intercorrências. Foi feita a exerése marginal de oito lesões de pele”, informou a equipe médica. As amostras serão encaminhadas para biópsia, e Bolsonaro deve passar por nova avaliação para definição do tratamento complementar.
Os exames laboratoriais também indicaram que o ex-presidente está com anemia. Uma tomografia do tórax apontou “imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração”. Ele recebeu reposição de ferro por via endovenosa e seguirá tratamento para hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas contra novas broncoaspirações.
Autorização judicial
A ida ao hospital foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro deixou a prisão domiciliar em Brasília pela manhã, escoltado pela Polícia Federal, para realizar os procedimentos médicos.
De acordo com a decisão de Moraes, a permanência do ex-presidente na unidade de saúde deveria se restringir ao tempo necessário para os atendimentos, com retorno imediato à residência. A defesa deverá apresentar ao STF, em até 48 horas, atestado de comparecimento com a data e os horários das consultas.
Segundo o pedido médico apresentado à Corte, Bolsonaro foi submetido à retirada de “nevo melanocítico do tronco” e de “neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido da pele”.
Prisão domiciliar
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Moraes. O ministro apontou descumprimento de medidas restritivas já impostas, entre elas a proibição de uso de redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros.
A defesa contesta a decisão e afirma que Bolsonaro vem cumprindo as determinações judiciais. Atualmente, visitas precisam ser autorizadas previamente, e todos os veículos que entram ou saem da residência passam por revista da Polícia Penal do Distrito Federal, que mantém vigilância no local sem uniforme e sem armas expostas, conforme determinação do STF.