A professora brasileira encontrada morta dentro de uma banheira com gelo, no sábado (25), no apartamento que morava em Sidney, na Austrália, era amante de viagens e admiradora do mar. Catiúscia Machado, de 43 anos, compartilhava nas redes sociais os registros dos locais que visitava.
“Quem me conhece sabe que eu sou do mar. Ah, como eu amo praia”, escreveu em uma postagem sobre Maceió.
Natural de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, ela exaltava as origens em publicações. Em uma delas, Catiúscia utilizava um filtro com a inscrição “orgulho de ser gaúcho”. Em outra foto, a professora aparece vestindo a camisa do Grêmio, time pelo qual torce, em um estádio de futebol.
Brasileira que foi encontrada morta dentro de banheira na Austrália — Foto: Arquivo Pessoal
“A infância dela, a juventude dela, a vida dela e os amigos dela são todos do Rio Grande do Sul. Ela saiu daí com 32 anos, quando foi morar em Manaus”, conta a mãe de Catiúscia, Eliaide Machado.
De acordo com Eliaide, a filha viajou para a Austrália em março de 2022 para estudar inglês. A professora pretendia retornar ao Brasil em junho de 2024.
“Eu sempre conversava com ela pela manhã, ela sempre me dizia que tava muito feliz, tava tudo bem. Ela, inclusive, tava dando aulas lá pra umas crianças brasileiras e me mostrava umas fotos, sempre super bem”, complementa a mãe.
Prisão e investigação
O namorado da vítima, também brasileiro, é apontado como suspeito e foi preso. Catiúscia e o homem se conheceram há pouco mais de um ano, em Vila Velha, no Espírito Santo. Eles viajaram para o país da Oceania juntos.
O suspeito teria agredido a professora durante uma discussão. Na sequência, ela teria caído na banheira. A polícia australiana foi acionada por vizinhos.
“Os dois estavam trabalhando, conseguiram alugar um apartamento, ela comprou um carro. Pra mim, a vida dela tava 100% lá com ele. Era isso que ela passava pra nós”, pontua a mãe.
Segundo Eliaide, a filha vinha de uma viuvez. O genro teria “se aproveitado do estado emocional dela” para começar o relacionamento.
“Eu não gostei dele. Ele não me passou confiança. Ele não conversava olhando nos olhos. Ele abaixava muito a cabeça quando conversava comigo. Eu conversei muito com ela, esse namoro não foi do meu agrado”, reflete Eliaide.
A mãe da vítima acrescentou que uma ex do suspeito procurou a família, já quando os dois estavam na Austrália, para relatar que o homem tinha comportamento violento e que o processo de separação foi turbulento. Segundo Eliaide, o genro é investigado por violência doméstica no Brasil.
O corpo de Catiúscia passará por necrópsia para que seja identificada a causa da morte. A família pretende realizar o enterro em Canoas.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Sydney, informou que “permanece à disposição para prestar assistência consular aos familiares da nacional brasileira”.
Fonte: G1