A passagem do ciclone extratropical pelo RS causou prejuízos não só nas áreas urbanas das cidades, mas também no interior. Em uma das regiões do estado mais atingidas, o Vale do Taquari, o rio que dá nome ao local subiu devastando plantações, galpões e animais. Agricultores relatam perdas que ainda não foram calculadas.
Uma dessas propriedades fica em Colinas. O proprietário, Seno Messer, de 62 anos, conta perdeu tudo o que trabalhou a vida inteira para conquistar.
“Há 40 anos que eu tô na atividade da criação de leitões, suínos, enfim. E, agora, a destruição total. Durante toda a minha vida, eu trabalhei para conquistar o que eu tinha. Já tô com 62 anos e, agora, o que aconteceu? Essa tragédia. Não tenho mais nada. Eu preciso recomeçar do zero. Começar tudo de novo”, lamenta.
Em outra propriedade rural, uma família dependia da criação de leite para sobreviver. A água do rio chegou ao teto do galpão onde eram mantidas 28 vacas. Todas morreram. Vilson Imhoff, de 55 anos, não sabe como vai tocar a vida a partir de agora.
“Cinquenta e cinco anos, faltam cinco para se aposentar. Não tem como investir, começar de novo. Única coisa que eu posso fazer, é fazer biscate para conseguir viver. Não tem como reconstruir isso”, diz.
Vilson Imhoff, agricultor — Foto: RBS TV/Reprodução
Ainda não há dados oficiais do tamanho do prejuízo causado pelos temporais no interior. A Defesa Civil divulgou que há 2.944 desabrigados; 7.607 desalojados; 25 desaparecidos; e 41 mortos. O número de afetados ultrapassa 122 mil.
Vacas que eram abrigadas em galpão na cidade de Colinas morreram durante passagem de ciclone — Foto: RBS TV/Reprodução