Na quarta-feira, 11 de outubro, mais de 800 agricultores familiares gaúchos, entre eles os representantes de Nova Roma do Sul, Vilson Testolin, José Ditadi, Nelson Volpato, e de Antônio Prado, José Maneira, se uniram a uma manifestação histórica em Jaguarão (RS) para protestar contra a importação de produtos lácteos do Mercosul. O ato, organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), marcou a terceira mobilização do setor em busca de ações governamentais em favor dos produtores de leite brasileiros.
Os manifestantes, em uma ação enérgica, bloquearam a fronteira do Brasil com o Uruguai, uma das principais origens do leite importado. A cada 15 minutos, a ponte que liga os dois países era bloqueada, demonstrando a determinação dos agricultores em chamar a atenção para a questão.
Os protestos também ocorreram em outros estados brasileiros, como Santa Catarina e Paraná, que fazem fronteira com países do Mercosul, como Argentina e Paraguai. A data foi designada como o “Dia Nacional em Prol dos Produtores de Leite,” ressaltando a importância do setor para a economia do país.
Em paralelo à manifestação em Jaguarão, dirigentes da Fetag-RS e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) estiveram em Brasília, onde se reuniram com representantes do governo federal para discutir medidas que possam conter as importações. Apesar de um anúncio anterior do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre uma medida tributária para apoiar o setor, esta ainda não foi publicada.
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS, expressou sua preocupação: “Mais uma vez, os agricultores tiveram que deixar suas propriedades para lutar pela sustentabilidade de suas atividades. É inaceitável que o governo federal não apresente soluções concretas para a cadeia produtiva do leite. O governo está ciente das dificuldades e das áreas que precisam de intervenção, no entanto, até o momento, as medidas anunciadas parecem ser apenas paliativas e não resolvem o problema.”
O protesto representa uma chamada de atenção urgente para a situação crítica enfrentada pelos produtores de leite no Brasil, ressaltando a necessidade de medidas concretas para proteger e fortalecer esse importante setor agrícola.