Um júri em Porto Alegre absolveu Jani Francisco do Amaral, de 58 anos, acusado de tentar matar o próprio filho em 2017. A decisão, da última quinta-feira (16), se baseou em um pedido de clemência, tese apresentada pela Defensoria Pública e acolhida pelos jurados por quatro votos a dois.
O caso é considerado incomum na Justiça brasileira, já que a absolvição não ocorreu por falta de provas, mas por ato de misericórdia.
A defensora pública Tatiana Boeira sustentou que o réu não deveria ser condenado porque o próprio filho, Guilherme Santos do Amaral, de 30 anos, havia pedido na véspera do julgamento que o pai fosse perdoado. O pedido partiu de um contexto em que a vítima não queria ampliar o sofrimento da avó, mãe do réu.
“O réu, durante o curso do processo, teve um AVC, está na cadeira de rodas, sem movimentos e usando fraldas. Durante o julgamento, a mãe do réu, de cerca de 80 anos, veio empurrando a cadeira de rodas dele, numa cena emocionante. Eu pedi clemência pela mãe do réu, que não merecia passar por mais um problema na vida“, disse a defensora.
O julgamento ocorreu na 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, sob presidência da juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva. O Ministério Público (MP) havia pedido a condenação de Jani por tentativa de homicídio qualificado, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.









