Os moradores da Vila Cristina, no interior de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, construíram uma ponte provisória para acessar a comunidade. A estrutura, que ligava a localidade à BR-116, caiu durante as cheias que deixaram 155 mortos no estado.
Cerca de 100 moradores da comunidade precisavam levar a pé os mantimentos paras as famílias.
Comunidade constrói ponte provisória para acessar área alagada — Foto: Reprodução/RBS TV
“É uma prioridade nossa agora refazer essa ponte. Aí, provisoriamente, os moradores idealizaram. Nós fizemos a pinguela com materiais doados, cabos e madeiras, outros materiais que foram utilizados. E a mão-de-obra foi dos próprios moradores aqui”, afirma o bombeiro aposentado Almir Moreto.
Segundo o Ministério Público, a reconstrução da ponte é responsabilidade do governo do estado. O MP vai solicitar que uma obra emergencial seja feita para garantir acesso de mantimentos à comunidade.
Os moradores da vila temem prejuízos na agricultura.
“Se não tiver a ponte não tem como transportar”, fala o agricultor Lucas de Oliveira.
O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (DAER), informou que está avaliando a situação dos moradores, mas não confirmou se vai construir uma nova estrutura do local.
Além das 155 mortes, o RS registra 617,3 mil pessoas fora de casa. Desse total, 540,1 mil estão desalojadas (em casas de amigos ou parentes) e 77,2 mil foram acolhidas em abrigos. O governo estima que a população afetada pelo evento climático seja de 2,3 milhões de gaúchos. Dos 497 municípios do RS, 461 registraram transtornos.
Vila Cristina sem a ponte — Foto: Reprodução/ RBS TV
Nota da prefeitura:
“O secretário de Obras e Serviços Públicos, Norberto Soletti, juntamente com o Tenente Armando da Silva, coordenador da Defesa Civil, e o engenheiro da SMOSP, Nestor Alves, visitaram a área da comunidade de São Pedro na última terça-feira, 14. A pedido dos moradores, vistoriaram a pinguela construída por eles. Quanto a outra ponte de acesso, também erguida pela comunidade e que foi levada pelas águas, a Secretaria de Obras informa que é preciso fazer um estudo mais preciso do local e buscar recursos para a reconstrução. Não há previsão para a obra, devido a grande demanda que há neste momento para desobstrução e reconstrução de vias do nosso interior.”