O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta semana mais 41 pessoas envolvidas nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A maioria dos réus foi sentenciada pela prática dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Entre as sentenciadas está uma gaúcha, Jaqueline Konrad, de 38 anos, primeira mulher do Rio Grande do Sul a ser julgada pelos atos que envolveram invasão e depredação de prédios públicos. A votação foi online.
Jaqueline é uma investidora financeira que mora em São Martinho, noroeste do Rio Grande do Sul. Ela foi condenada a 13 anos e seis meses de prisão. Jaqueline foi presa em flagrante após invadir o Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 e ficou mais de seis meses presa em uma penitenciária de Brasília. Foi solta e, posteriormente, condenada, mas ainda não irá cumprir a sentença, visto que cabe recursos contra o tamanho da pena.
Jaqueline e o marido, Marcelo Konrad, de 45 anos e que também é réu pelo atos violentos – foram de ônibus para Brasília. Quando chegaram na capital federal, os dois teriam ido para QG do Exército. Porém, devido ao grande número de pessoas, foram almoçar em outro lugar de Brasília. Ainda conforme o relato de familiares, o casal chegou atrasado para o início do protesto e, no momento que se aproximou, já encontrou o Palácio do Planalto depredado.
No interrogatório, Jaqueline afirmou que tinha ido a Brasília para visitar uma sobrinha e só soube dos protestos depois, tendo ido à Esplanada dos Ministérios “para orar pela nação e pelas autoridades”. O defensor do casal Konrad junto ao STF, Marvius Dornelles Remus, diz que seus clientes só ingressaram no Palácio do Planalto para fugir da PM.
“Eles começaram a filmar o que viram. Quando a Polícia Militar chegou e começou a jogar gás lacrimogêneo, acabaram entrando no Palácio para fugir. Foi então que foram presos. Esses vídeos estão sendo usados contra eles, mas os dois não participaram de nenhuma depredação”, afirmou o advogado.
A alegação da defesa contraria provas colhidas pela Polícia Federal. A sentença, embasada em perícias feitas nos celulares de Jaqueline, anexa imagens do casal Konrad posando junto ao ônibus de manifestantes em frente ao QG do Exército em Brasília, onde permaneceram por 1h30min (conforme registra o GPS do aparelho telefônico).