Maleabilidade para facilitar os movimentos, bolsos distribuídos e posicionados ergonomicamente, resistência e proteção térmica: essas são algumas das características do novo fardamento da Brigada Militar (BM), que passará a ser utilizado por todos os cerca de 18 mil policiais militares do Rio Grande do Sul a partir de 16 de dezembro.
— O uniforme da Brigada Militar faz parte da história de 186 anos da instituição e neste ano passa por uma inovação após décadas. Além de ser mais confortável, leve e com tecidos que retêm menos calor no verão, o novo uniforme é estrategicamente pensado para qualificar o trabalho do brigadiano. Passou a ser um equipamento de trabalho e de proteção — define o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas Soares.
Desde o meio do ano, a tradicional farda na cor bege-lido ganhou nova aparência e melhorias em sua funcionalidade. A distribuição vem sendo gradativa por decorrência da quantidade de servidores e as limitações na capacidade de produção de fornecedores. Entretanto, o material tem sido aprovado pelos militares que atuam na proteção da comunidade.
— O novo uniforme tem tido uma aceitação muito importante por parte da nossa tropa. Consiste numa roupagem inovadora e tecnológica, com ênfase no conforto, inclusive na proteção solar, já que nosso efetivo fica bastante vulnerável à exposição solar durante as atividades. São roupas mais leves e que permitem maior mobilidade e, por isso, trazem mais segurança à execução do serviço — descreve o comandante do Policiamento da Capital, coronel Luciano Moritz.
São diversas as mudanças. O tecido foi trocado por uma composição de poliamida, algodão e elastano, com reforço nas costuras, sobretudo nas áreas onde há mais exigência de elasticidade.
Além disso, a confecção recebeu tratamento especial em partes que recebem maior atrito no dia a dia, como antebraços, joelhos, gancho da calça e quadris, o que proporciona mais proteção e durabilidade das peças. Não havia atualização desde a década de 1980.
A vestimenta é composta por camisas que vestem e adaptam-se aos contornos do corpo. A calça é estilo cargo, com seis bolsos, sendo dois deles laterais com maior espaço para armazenamento de objetos. Há bolsos frontais e traseiros, nos quais é possível guardar, com segurança, até mesmo, uma arma recolhida em cena de enfrentamento.
Para dias frios, uma malha térmica poderá ser vestida embaixo da camisa, agregando proteção térmica, sem interferência na mobilidade. A calça deixou de ter elástico nos tornozelos. Eles foram substituídos por velcro, o qual fecha na exata circunferência da perna de cada PM.
Cobertura impermeável
A maior parte das mudanças só será percebida com olhar atento a detalhes, com exceção dos bonés, que tiveram a cor alterada por estratégia de segurança, proteção individual e função tática. A cobertura, que era branca, passou a ser na cor bege-lido, como o conjunto da farda.
— Uma novidade muito importante é que estas novas coberturas são impermeáveis. Até então, ao trabalhar em dias de chuva, a primeira coisa que ocorria era o boné encharcar e o brigadiano passar o dia de serviço com a cabeça molhada — observa o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas Soares.
Inverno virá com inovação em proteção
O próximo passo de inovação a ser agregado ao fardamento da Brigada Militar ocorrerá com a distribuição de novas jaquetas, semelhantes às que já são utilizadas pela Polícia Federal e pela Polícia Rodoviária Federal.
— Será material totalmente impermeável, com alto isolamento térmico contra frio e umidade, o que agrega conforto e proteção à saúde dos servidores — aponta o coronel Douglas.
Segundo o subcomandante-geral, a distribuição da nova tecnologia terá início no primeiro semestre de 2024, começando pelos brigadianos da Serra, onde as condições climáticas relacionadas ao frio são mais exigentes que nas demais regiões do Estado.
O mesmo ocorrerá com os coturnos novos. A distribuição se dará gradativamente até que todo o efetivo seja contemplado.
Coletes balísticos
Por fim, uma inovação bastante esperada deverá ser apresentada no primeiro semestre. Será uma nova modalidade de colete à prova de balas. Em vez da peça inteira para vestir o PM, serão placas com velcro a serem coladas na camisa da farda.
— Serão objetos com menor massa e que permitirão mais mobilidade. No passado, quando colocava jaqueta e colete, o brigadiano ficava, de certa forma, amarrado em seu equipamento. Agora, terá mobilidade e proteção superior para as ações de combate. Em cenários de policiamento comunitário, como a Feira do Livro, poderá apenas remover as placas balísticas e atuar com conforto na vigilância e orientação das atividades urbanas e sociais, em proximidade aos cidadãos — conclui Douglas Soares.
Variações
As novas fardas ainda trazem variações de padronagem para as funções específicas dentro das atribuições de policiamento. O Batalhão Ambiental ganhou tecido com camuflagem em tons de verde, para proteção tática em cenários naturais. O Batalhão Rodoviário recebeu faixas reflexivas no desenho do uniforme, para segurança diurna e noturna nas estradas.
O Choque, por sua vez, mantém a camuflagem na graduação de cinzas e predominância em tons escuros, para proteção visual dos agentes em cenários urbanos de combate à criminalidade.