O programa de monitoramento de agressores de mulheres no Rio Grande do Sul teve a segunda prisão registrada na madrugada deste sábado (24). Conforme a Polícia Civil, um homem de 33 anos foi preso em flagrante no bairro Rubem Berta, na Zona Norte de Porto Alegre, após descumprir a medida protetiva e tentar se aproximar da ex-companheira.
Segundo a delegada Cristiane Ramos, o homem tem histórico de ameaças a essa mesma mulher. Ele estava preso preventivamente por descumprimento de medida protetiva no âmbito da Lei Maria da Penha e foi solto pela Justiça na sexta-feira (23). Horas depois, o agressor foi incluído no programa de monitoramento.
“Logo depois de ter colocado a tornozeleira, ele rompeu a primeira zona de exclusão. Foi alertado que deveria se afastar, ele se afastou e depois de cerca de três horas se aproximou novamente, aí foi preso em flagrante”, explica a delegada.
A operação do sistema começou no início do mês. O equipamento é instalado e a mulher recebe um celular, para avisar em caso de desrespeito à medida de afastamento. Segundo as autoridades, sete agressores são monitorados por tornozeleiras.
Na sexta-feira, a Brigada Militar (BM) realizou, em Canoas, na Região Metropolitana, a primeira prisão desde a implementação do projeto.
”O projeto, além de trazer uma proteção maior para a vítima que está monitorada, faz com que mais mulheres deem credibilidade ao sistema de Justiça e Segurança Pública. E esse é o nosso grande desafio: fazer com que mais mulheres rompam o silêncio, registrem ocorrência, solicitem medidas protetivas”, avalia a delegada Cristiane.
Aumento de feminicídios em 2022
O Rio Grande do Sul registrou aumento de 10,4% no número de feminicídios em 2022. Foram 106 vítimas assassinadas por questão de gênero no último ano, enquanto em 2021 foram 96 mortes. A alta representa a ocorrência de um caso a cada 3,4 dias no estado.
Os dados fazem parte do Mapa de Feminicídios da Polícia Civil e são um compilado do Observatório de Violência Doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública e do Anuário Brasileiro da Segurança Pública. De acordo com o levantamento, oito a cada dez vítimas de feminicídio no estado em 2022 não tinham medida protetiva vigente.