Foi ouvida por cerca de seis horas, nesta segunda-feira (20), a primeira das dez testemunhas previstas para o novo julgamento de Leandro Boldrini, pai de Bernardo Uglione Boldrini, acusado pela morte do menino de 11 anos, em Três Passos, no ano de 2014. A delegada Caroline Bamberg, que investigou o caso, reafirmou, em diversos momentos, o seu entendimento de responsabilidade do réu.
”Não há uma prova cabal de que ele (Leandro Boldrini) estava no local do crime, mas há um conjunto probatório de que ele foi o mentor da morte”, sustenta a autoridade policial.
O advogado Rodrigo Grecellé Vares, que representa Leandro Boldrini, classificou o depoimento de Caroline Bamberg como “muito frágil”. Segundo ele, a delegada “se limitou, quando questionada pela defesa, a dizer que não tinha provas, buscando, através das convicções pessoais, tentar sustentar as conclusões dela”. Isso teria ocorrido, conforme Rodrigo, “porque o réu é inocente”.
Caroline começou a ser ouvida por volta de 14h30. Ela relembrou detalhes da investigação que conduziu à época. Para ela, Bernardo era considerado um “estorvo” depois que a mãe morreu e a madrasta passou a viver com Boldrini.
A delegada acrescentou que havia “desleixo” em relação ao bem-estar de Bernardo e que Leandro e Graciele tinham “ideia fixa de se livrar da criança”.’
”O Bernardo era proibido de falar o que acontecia em casa. Se ele não fosse proibido, teria contado tudo que passou”, afirma a delegada.
Segundo Caroline, Leandro Boldrini não realizou grandes esforços para procurar o filho que estava desaparecido. Conforme ela, ele chegou a ir a uma festa durante o período que Bernardo não havia sido encontrado.
Ao ser questionada se no celular de Leandro havia registros em família, como fotos e vídeos, a delegada respondeu negativamente. Na época, o aparelho foi apreendido e submetido a trabalho da perícia.
O primeiro dia do júri foi encerrado com o término dos questionamentos à Caroline Bamberg. O julgamento será retomando na terça-feira (22), às 8h30, com o depoimento da também delegada Cristiane Braucks.