O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, afirmou que o recente caso de trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves (RS) não é um episódio único. “Não se trata de um caso isolado, sabendo como se dão as relações de trabalho no nosso país”, disse o ministro, na noite deste domingo (26), em Genebra, na Suíça, onde participa da 52ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Almeida detalhou as ações tomadas pela pasta após o resgate de mais de 200 vítimas, na última quarta-feira (22), que atuavam na colheita de uva e no abate de frangos, na Serra Gaúcha. Segundo o ministro, elas receberão apoio e proteção dos órgãos competentes.
Ele declarou, ainda, que o caso será apurado também na esfera administrativa. Participaram da força tarefa que resgatou os trabalhadores o Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS) a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho.
“Solicitei a imediata convocação de uma reunião extraordinária da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) para que nós articulemos as ações que deverão ser tomadas no caso, como exigir apuração nas esferas criminal e trabalhista, mas principlamente dar suporte às pessoas que foram resgatadas, a fim de que possam ter a melhor assistência possível”, afirmou Almeida.
“Também determinei à Coordenação-Geral de Combate ao Trabalho Escravo do ministério a instauração de procedimentos administrativos, a fim de que tomar as providências necessárias para a proteção desses trabalhadores, bem como fazer as interlocuções necessárias com os órgãos envolvidos, para incrementar a fiscalização e saber também qual é o estado dessa questão na região”, disse.
Por fim, o ministro pediu à secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (SNPDDH), Isadora Brandão, um diagnóstico do estado da política de erradicação do trabalho escravo no Brasil.