O advogado denunciado pelo estupro de três crianças em um condomínio de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi condenado a 51 anos e 4 meses de prisão em regime fechado. Cabe recurso da decisão da segunda-feira (12). O homem está preso preventivamente desde o dia 7 de novembro.
O advogado Tomás Antônio Gonzaga, que representa o acusado, diz que, “em respeito ao sigilo do processo e das partes envolvidas”, irá se “manifestar somente nos autos”, mas deve recorrer.
Na sentença, a juíza da 2ª Vara da Criminal de Canoas, Patrícia Tonet, concluiu que o condenado é “pessoa com personalidade dissimulada e perversa, valendo-se do próprio filho, utilizado com atrativo para arrebatamento das vítimas para a residência, mediante diversos modus operandi, [e] abusou sistematicamente de crianças que frequentavam livremente sua residência, duas delas com a permissão e confiança dos pais”.
Conforme consta na sentença, em um dos casos houve emprego de grave ameaça com promessas de mal à
As denúncias e a investigação
O delegado Pablo Rocha, que indiciou o homem no fim do ano passado, concluiu que os crimes aconteciam há pelo menos cinco anos. Duas das vítimas de abuso viviam com a família em um condomínio e eram vizinhas do suspeito e da esposa. Os casais tinham uma relação de amizade.
Em relação à terceira criança, o delegado não deu detalhes sobre as circunstâncias dos abusos. No entanto, divulgou que o indiciado utilizava o filho para atrair os menores.
Na denúncia, o Ministério Público aponta que uma das crianças teria sido abusada sexualmente, mais de uma vez, entre 2017 e 2021, outra entre 2019 e 2021 e a terceira, entre 2020 e 2021. Foram ouvidas 33 pessoas, entre testemunhas e informantes.
Investigações
Uma das crianças contou para uma colega de escola que sofria abusos, o que chegou ao conhecimento da instituição de ensino. Os pais dela foram chamados para conversar, e o alerta levou os dois a buscar a polícia.
No dia 28 de outubro, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do suspeito. Na ocasião, provas foram coletadas e um cartão de memória que havia sido separado para análise a ser feita pelo IGP desapareceu. Ele era compatível com uma câmera de vídeo portátil que também foi apreendida.
“Um perito do IGP trabalhava no local, havia separado o cartão e ele desapareceu. A esposa do suspeito havia entrado no cômodo, por isso, revistamos ela, mas não encontramos nada. Revistamos outras pessoas, bem como os próprios policiais, e também não encontramos nada. Ainda queremos descobrir onde foi parar esse cartão”, diz o delegado.
Segundo a polícia, a esposa do suspeito teria participação no sumiço do cartão. No entanto, não sabia dos crimes praticados pelo marido.
Fonte: G1